Depois do café e ovo, consumidores podem ter carne, azeite e frango mais caros nos próximos meses

Azeite, carne e frango

Os consumidores brasileiros estão sentindo no bolso o impacto da alta dos alimentos básicos, como café e ovo. No acumulado de 2024, o grupo de alimentos e bebidas registrou um aumento de 7,7%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em janeiro, os preços desses produtos subiram pelo quinto mês consecutivo, e especialistas apontam que a tendência é de que os valores permaneçam elevados nos próximos meses, especialmente para itens como carne, azeite e frango.

Fatores como o cenário internacional e as mudanças climáticas têm sido apontados como os principais responsáveis pelo aumento dos preços. Ainda assim, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou na quinta-feira (20) que a população já pode encontrar alimentos mais baratos, mas que os valores precisam cair “ainda mais”

Especialistas explicam que, apesar da desaceleração da inflação geral, os preços dos alimentos continuam pressionados devido a fatores específicos do setor, como mudanças climáticas que afetam as safras e os custos de produção e transporte. A demanda elevada por certos produtos também contribui para a manutenção dos preços em patamares altos.

O café arábico, por exemplo, teve um aumento expressivo de 188% nos últimos anos, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP). Além disso, produtos como milho e soja, fundamentais para a produção de ração para frangos, também têm influenciado o preço final da carne de frango.

Diante do cenário de alta nos preços, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou na quinta-feira (20) que o governo federal buscará alternativas para reduzir os custos dos alimentos no país. Lula enfatizou a necessidade de diálogo com o setor produtivo para garantir que os produtos sejam acessíveis à população brasileira, sem prejudicar a exportação.

“O preço vai abaixar e eu tenho certeza de que vamos fazer com que os valores voltem aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador. Queremos discutir com os empresários para que eles exportem, mas que não falte ao povo brasileiro. E vamos ter que fazer reuniões com atacadistas para discutir como reduzir esses custos”, afirmou o presidente.

Com os desafios econômicos e climáticos no horizonte, a população segue enfrentando dificuldades com a alta nos alimentos. Resta saber se as medidas do governo surtirão efeito e se o mercado global trará mais estabilidade aos preços no Brasil nos próximos meses.

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