Farmácias e hospitais das redes pública e privada no Pará, têm relatado falta de alguns medicamentos de produtos básicos, como antibióticos e dipirona injetável, a remédios de alto custo.
Entre os motivos estão problemas no fornecimento pelo Ministério da Saúde e dificuldades de importação de insumos, por causa da guerra na Ucrânia, do lockdown na China e movimentos de protesto de funcionários em portos e aeroportos. Gestores admitem a necessidade até de interromper tratamentos e adiar cirurgias eletivas (não urgentes).
CAUSA
É justamente no custo dos remédios em falta que está a explicação para o problema. São bem mais baratos porque, segundo a indústria farmacêutica, o preço está defasado. Os medicamentos envasados no Brasil dependem de matéria-prima e até de embalagem importadas.
Os laboratórios dizem que os valores desses insumos subiram muito nos últimos anos e já não compensa mais produzir alguns remédios que os hospitais administram porque o preço de venda é controlado.
O sindicato da indústria diz que a fabricação foi reduzida por causa do preço tabelado, que segundo ele, não cobre os custos da produção, e disse que o abastecimento desses remédios nas farmácias está garantido.
O preço é controlado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, ligada a vários ministérios e à Anvisa.
Em nota, a Anvisa diz que a regulação de preços é para garantir o acesso da população aos medicamentos, mas registra que medicamentos essenciais estão deixando de ser comercializados no país, resultando em desabastecimento e colocando em risco a manutenção de tratamentos e a segurança dos pacientes. E diz ser urgente discutir o aprimoramento do atual modelo da regulação, buscando promover o equilíbrio entre os lucros e os preços acessíveis para a sociedade.
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