Seis casos suspeitos da síndrome de Haff – a doença da urina preta – estão sendo investigados no Pará: um em Belém, quatro em Santarém e um em Trairão. As notificações preocupam a população, que não tem muitas informações sobre como prevenir a doença.
Para entender o cenário da doença no Estado, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Pará fez uma reunião online nesta segunda-feira (13/09), com a participação de representantes da Secretaria de Saúde do Estado, Vigilância Sanitária, Adepará e Secretaria de Agricultura e Pesca (SEDAP).
"A doença de Haff, ou da urina preta, foi notificada pela primeira vez há quase 100 anos, mas ainda há poucos estudos sobre ela. Por isso, quando os primeiros casos suspeitos foram notificados em nosso Estado, vimos a necessidade de entender qual é o cenário no Pará", explicou o presidente da Comissão de Saúde, deputado Jaques Neves. "Temos uma ideia de qual pode ser o impacto dessa doença não apenas na saúde, mas também nos setores da economia e social. Precisamos ver de que forma o Poder Legislativo pode contribuir para as ações preventivas neste momento", destacou o parlamentar.
Para o deputado, é preciso alertar a população, mas sem criar pânico. "Sabemos que algumas regiões do Estado têm um consumo intenso de peixes, além de serem grandes na produção e comercialização de pescado", avalia.
A representante da SESPA, Veronilce Gomes, esclareceu que desde que os casos no Amazonas começaram a ser notificados – o Estado já tem 61 casos confirmados – a Secretaria de Saúde acompanha as informações sobre a doença no estado vizinho e emitiu uma nota técnica para alertar os profissionais de saúde para o risco devido à proximidade com o Amazonas. "Foi uma medida preventiva, para orientar sobre os protocolos iniciais", explicou Veronilce.
A preocupação se justificou em poucos dias, com os primeiros casos no território paraense. "Mas a Secretaria de Saúde não fez nenhuma recomendação no sentido de proibir a venda e o consumo de peixes, como alguns municípios já começaram a fazer. Essa seria uma medida precipitada", afirma Veronilce.
A avaliação é acompanhada pelo secretário de pesca, Giovanni Queiroz. "Não é o caso de alarmar a população para uma doença com risco de morte baixo. O importante é fazer um rastreamento eficaz para identificar os casos e investigar que tipo de peixe foi consumido, como foi a manipulação e o transporte desse pescado, e tentar confirmar como aconteceu a contaminação", explica Giovanni Queiroz.
Jamir Júnior Macedo, representante da Adepará, enumerou as espécies de pescado que podem estar envolvidas na contaminação. "Em geral, são peixes de água doce, no Pará, espécies como a pirapitinga, o pacu, o tambaqui e o pirarucu estão sendo relacionados, mas no âmbito da pesca extrativista artesanal", disse.
"Todos os casos estão sendo monitorados e identificamos pontos focais entre eles para que possamos ter um trabalho de investigação conclusivo, mas não temos um cenário que justifique alarmar a população", tranquilizou Nílvea Carneiro, diretora de vigilância sanitária do Estado.
DEPUTADOS DA COMISSÃO
TITULARES
DR. JAQUES NEVES - PSC (PRESIDENTE)
DRA. HELOISA GUIMARÃES - DEM (VICE-PRESIDENTE)
ANA CUNHA - PSDB
DR. WANDERLAN - MDB
DR. GALILEU - PSC
GUSTAVO SEFER - PSC
FÁBIO FIGUEIRAS - PSB
SUPLENTES
DIANA BELO - DC
ELIEL FAUSTINO - DEM
CILENE COUTO - PSDB
OZÓRIO JUVENIL - MDB
JÚNIOR HAGE - PDT
MICHELE BEGOT - PSD
IGOR NORMANDO - PODEMOS
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