Veja o esquema de desvio de recursos públicos que envolveu o Hospital de Campanha de Santarém

Uma reportagem divulgada no programa Fantástico, neste domingo (4), mostrou as investigações que descobriram o esquema de desvio de recursos públicos da saúde no estado do Pará. Veja abaixo no vídeo, um trecho da reportagem que mostra como funcionou o esquema no estado. A reportagem completa AQUI.

A PF, MPF, CGU e PC-SP citam nas investigações a participação das Organizações Sociais, Instituto Panamericano de Gestão - IPG, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui, Associação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia do Pacaembu e Instituto Nacional de Assistência Integral - INAI, que foram contratadas sem licitação para gestão de hospitais do Pará, dentre eles os hospitais de campanha em Belém, Santarém, Capanema, Breves, Castanhal, Altamira e Marabá, além do hospital Abelardo Santos, na capital, no período de agosto/2019 a maio/2020, quando foram celebrados doze contratos entre o Governo do Pará e essas OS, totalizando R$ 1.284.234.651,90 (um bilhão duzentos e oitenta e quatro milhões duzentos e trinta e quatro mil seiscentos e cinquenta e um reais e noventa centavos).

Segundo a investigação, o esquema funcionaria assim:

1) O Governo repassava a verba para as OS que "quarteirizavam" o serviço, contratando outras empresas que também faziam parte do esquema;

2) Os contratos seriam propositalmente superfaturados ou correspondiam a serviços que não foram prestados;

3) O elo entre empresários e médicos que participavam do esquema era o operador financeiro Nicolas André Tsontakis Morais, que utilizava nome falso de Nicholas André Silva Freire;

4) O próprio governador Helder Barbalho seria responsável por tratar dos contratos com os empresários e com o então chefe da Casa Civil, Parsifal Pontes;

5) Depois o núcleo governamental da organização repassava a verba dos contratos para empresários, que eram responsáveis em distribuir as quantias entre pessoas físicas e jurídicas;

6) Os valores retornavam aos operadores financeiros, Nicolas André e André Felipe de Oliveira, no caso dos respiradores, enquanto eles utilizavam nomes de outras pessoas para redirecionar a quantia desviada;

7) O dinheiro voltava, enfim, para políticos e agentes do governo.

Com o mesmo esquema fraudulento, eles teriam agido no caso do superfaturamento das cestas básicas, que foram doadas para famílias de estudantes da rede pública durante a suspensão das aulas, devido à pandemia.

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