Farmácias, postos de combustível e academias estão sendo usados para lavagem de dinheiro no Pará


Postos de combustível, farmácias e academias têm sido apontados por autoridades de segurança pública, como mecanismo para lavagem de dinheiro no Brasil. Esses negócios são atrativos para o crime organizado devido ao alto volume de transações em dinheiro, à possibilidade de manipulação de registros financeiros e à dificuldade de rastreamento das operações. 

Em várias cidades do estado do Pará, a grande quantidade desses 3 tipos de empreendimentos, vem chamando a atenção de moradores locais. É o caso de Santarém, no Oeste do Estado, onde se encontra várias farmácias, lado a lado, em um mesmo quarteirão. 

ESTADO DO PARÁ

Em Santarém, um negócio que também vem sendo destaque é a instalação de postos de combustível, que está crescendo assustadoramente pelas ruas da cidade. 
  • Em Santarém, estão registrados na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíve (ANP), exatamente 163 postos de combustível.
O número de postos de combustível em Santarém, não condiz com a realidade da quantidade de veículos que tem na cidade, ou seja, a conta não fecha. O quantitativo de postos de combustível não é compativél com a quantidade de veículos na cidade.  

Outro negócio que vem crescendo e já acende o sinal de alerta de autoridades de segurança é o crescimento vultuoso de academias de luxo pelos bairros de Santarém. 

LAVAGEM DE DINHEIRO 

1) Postos de gasolina

São amplamente usados para lavagem de dinheiro devido à intensa circulação de dinheiro em espécie e à possibilidade de fraudes fiscais e adulteração de combustíveis. A Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto de 2025, revelou que uma faccção controlava cerca de 1.000 postos em diversos estados brasileiros, movimentando mais de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. O esquema incluía importação irregular de combustíveis, sonegação de impostos, adulteração com metanol (em alguns casos, até 50% do combustível era metanol, contra o limite de 0,5% permitido pela ANP) e uso de fintechs para movimentar recursos ilícitos. O dinheiro era reinvestido em fundos de investimento, como os 40 fundos multimercado e imobiliários identificados em São Paulo, totalizando R$ 30 bilhões. Postos de bandeira branca (sem vínculo com distribuidoras) são especialmente visados por facilitarem essas práticas.

2) Farmácias

Farmácias são usadas para lavagem de dinheiro por meio de fraudes como a dispensação fictícia de medicamentos. Um exemplo é a Operação Estoque Controlado, realizada em agosto de 2025 em Minas Gerais, que investigou desvios no Programa Farmácia Popular. Farmácias declaravam entregas de medicamentos que não possuíam em estoque, recebendo recursos públicos indevidamente. Esses esquemas permitem a entrada de dinheiro ilícito na economia formal, camuflado como vendas legítimas. Além disso, a alta rotatividade de clientes e o uso de dinheiro em espécie facilitam a ocultação de recursos.

3) Academias

Embora menos mencionadas pela impresa, as academias também são alvos para lavagem de dinheiro devido à possibilidade de manipular registros de mensalidades e serviços. Muitas vezes o crime organizado usa academias como empresas de fachada, registrando pagamentos fictícios de clientes ou inflando receitas para justificar a entrada de dinheiro sujo. A natureza recorrente das transações (como mensalidades) e o uso de dinheiro em espécie tornam essas operações difíceis de fiscalizar. 

O que é Lavagem de Dinheiro?

A lavagem de dinheiro consiste em conjunto de operações comerciais ou financeiras que têm como objetivo a incorporação, na economia, de bens, direitos ou valores originados direta ou indiretamente de qualquer infração penal. É por meio da “lavagem” que o “dinheiro sujo” (dinheiro com origem em atividades ilícitas) é transformado em “dinheiro limpo” (dinheiro com aparência lícita).

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