Levantamento feito pelo jornal o GLOBO com base em dados do Tesouro Nacional mostra que, de janeiro a agosto de 2024, os empréstimos bancários assinados por prefeitos já somaram R$ 6,1 bilhões, valor 60% superior ao do mesmo período de 2020 e o segundo maior da série histórica iniciada em 2002.
A quantia só não ultrapassa a que foi captada no ano passado, de R$ 6,8 bilhões. O dinheiro extra tem servido como munição para a campanha de políticos no poder, que anunciam obras e outras benfeitorias aos eleitores, deixando a fatura a ser paga aos sucessores.
Além do valor recorde, o número de municípios que recorreram ao crédito bancário, totalizando 731, é o maior da série histórica desde 2002.
Se considerar todas as prefeituras do país, os empréstimos com instituições financeiras somam R$ 33 bilhões em 2024, atingindo o maior pico nos últimos 22 anos. Essa lista é encabeçada por capitais, como Rio e São Paulo, que possuem maior capacidade de alavancagem e representam 21,5% do total de R$ 33 bilhões de dívidas contraídas neste ano.
No caso das cidades pequenas e médias, a garantia dada pelos prefeitos para conseguir o empréstimo são os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), recursos enviados pelo governo federal que representam a principal fonte de renda de sete de cada dez localidades do país. É o dinheiro do FPM que garante desde o pagamento de salários dos servidores a serviços essenciais para a população, como insumos para unidades de saúde.
0 Comentários