PARÁ: Assentamento agroextrativista poderá ser criado entre os municípios de Aveiro e Itaituba

A Defensoria Pública da União (DPU) recomendou ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a criação do Projeto de Assentamento Agroextrativista Piabanha nos municípios de Aveiro e Itaituba, no estado do Pará. Famílias que reivindicam a área para fins de reforma agrária enfrentam graves conflitos com grileiros que querem a posse da terra. Ameaças, intimidações, desaparecimento de moradores e incêndios criminosos são algumas das situações observadas no local.

Os assentamentos agroextrativistas são implantados em áreas públicas, destinados ao reconhecimento e à regularização de populações classificadas como tradicionais (pequenos agricultores, extrativistas, ribeirinhos e pescadores.

“O objetivo desta recomendação é possibilitar uma ação efetiva do Estado, garantindo o direito à terra e reduzindo os conflitos agrários na região. A reforma agrária é uma ferramenta eficaz de erradicação da pobreza e inclusão social, pois concede aos beneficiários acesso a direitos básicos como moradia, trabalho e existência digna, além de promover o desenvolvimento sustentável”, aponta o defensor público federal Marcos Wagner Alves Teixeira, Defensor Regional de Direitos Humanos (DRDH) da DPU.

O requerimento do projeto de assentamento agroextrativista foi feito pelas famílias, com o auxílio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2023. “No decorrer da tramitação procedimental, observou-se a inércia do Incra quanto à apresentação do cronograma para execução dos trabalhos para análise e decisão sobre o pedido de destinação do imóvel para fins de reforma agrária”, diz o texto da recomendação. 

A modalidade agroextrativista é justificada por ser uma área próxima a Unidades de Conservação e, portanto, pode ser um meio para conter o desmatamento e a grilagem.
O Incra tem 15 dias para se manifestar sobre o acolhimento ou não da recomendação.

 

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