URGENTE: Estado do Pará investiga caso de paralisia infantil (poliomielite) em criança de 3 anos


Por Giulia Vidale e Melissa Duarte
O Globo

A Secretária de Saúde Pública do Pará (Sespa) investiga um caso suspeito de poliomielite em uma criança de três anos. Segundo informações do documento de Comunicação de Risco, emitido pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde - CIEVS/SESPA, uma criança de três anos com paralisia testou positivo para poliovírus (SABIN LIKE 3) , através da metodologia de isolamento viral em fezes. 

O Ministério da Saúde foi notificado e acompanha o caso.

"O tipo de vírus detectado no exame é um dos componentes da vacina, não se tratando do pólio vírus selvagem, já erradicado no país desde 1994", disse a Sespa, em comunicado enviado ao GLOBO.

Apesar do resultado, o documento afirma que "outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré, portanto o caso segue em investigação conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde".

O caso suspeito foi relatado em um menino de três anos, residente do município de Santo Antônio do Tauá, no interior do estado. Os primeiros sintomas, incluindo febre, dores musculares, mialgia e paralisia flácida aguda (PFA) surgiram no dia 21 de agosto. Algumas semanas depois, ele perdeu a força nos membros inferiores, sem conseguir se manter em pé.

Um dia antes do início dos sintomas, a criança havia recebido as vacinas tríplice viral e VOP sigla para "vacina oral poliomielite" ou a famosa gotinha. O infectologista Renato Kfouri, diretor Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) explica que a presença do poliovírus nas fezes de uma criança que recebeu há pouco tempo a vacina oral, como é o caso desse paciente, é normal.

A coleta de fezes foi realizada no dia 16 de setembro e encaminhada ao Laboratório de Referência do Instituto Evandro Chagas. O laudo, com o resultado positivo para Sabin Like 3 foi emitido na última terça-feira (4). De acordo com a Sespa, o paciente se recupera em casa. Segundo Kfouri, a avaliação adicional consiste no sequenciamento do vírus encontrado nas fezes e na realização de um exame neurológico mais detalhado do paciente.

Segundo informações do documento da Sespa, a criança tinha histórico vacinal incompleto para pólio. A criança possuía duas doses de VOP e "não recebeu as doses da VIP previamente", o que "está em desacordo com as normas do PNI (Programa Nacional de Imunizações)".

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