PARÁ: Empresa estatal que arrematou o aeroporto de Santarém já enfrenta problemas na Espanha


A vitória isolada no Leilão do Aeroporto de Congonhas (e mais dez terminais), conquistada pela estatal espanhola de capital aberto, AENA, não contou com o agrado imediato dos investidores, além de ter sido vista com ressalvas pelo mercado financeiro.

A empresa espanhola AENA tem uma estrutura societária em que 51% das ações estão nas mãos do Reino da Espanha.

O restante das ações são negociados livremente na Bolsa de Madri. Este formato de empresa pública aberta é similar ao que se tem no Brasil com a Petrobrás, por exemplo.

No entanto, os investidores privados da empresa não reagiram bem ao resultado do leilão de quinta-feira (18), quando a AENA arrematou os aeroportos de Congonhas, Campo Grande (MS), Corumbá (MS), Ponta Porã (MS), Santarém (PA), Marabá (PA), Parauapebas (PA), Altamira (PA), Uberlândia (MG), Montes Claros (MG) e Uberaba (MG).
O Aeroporto de Santarém, no Oeste do Pará, teve em 2021 um lucro de pouco mais de R$ 1,6 milhões. 
Para os analistas, existe a sensação de que o governo brasileiro queria resolver vários problemas numa só tacada e isso, junto com a falta de outros competidores no leilão, contribuiu para que as ações da AENA tivessem uma queda na sexta-feira (19) na Espanha, acumulando uma baixa de 9,19% no ano. 

Entenda a polêmica 

Este bloco de aeroportos leiloados era provavelmente, o mais esperado desde que o Brasil começou a fazer concessões, pouco antes da Copa do Mundo de Futebol de 2014, quase 10 anos atrás. 
Em 2021, os seguintes aeroportos deram prejuízo a Infraero, sendo eles: Uberaba (MG), Montes Claros (MG), Uberlândia (MG), Corumbá (MS), Ponta Porã (MS) e Altamira (PA).
No entanto, algo havia de estranho no ar quando, dias antes do leilão, já circulava rumores no mercado financeiro de que a AENA seria a única a cobiçar o bloco, o que acabou se confirmando mais tarde. 

O leilão foi realizado nas dependências da B3, em São Paulo, e seguiu o modelo de melhor proposta, entregue em envelopes fechados. Apenas a AENA apresentou uma proposta pelo bloco, com um ágio de 231% totalizando R$ 2,45 bilhões (o lance mínimo era de R$ 741 milhões).

Para muitos investidores a AENA poderia antecipar que seria a única ou uma das poucas interessadas e dar um lance mais baixo no envelope fechado, para então subir a aposta, não dando de cara 231% acima do valor mínimo.

Analistas apontam que o retorno do investimento nos aeroportos precisam ser mais preciso e detalhado e, enquanto não houver mais informações, poderá ser visto um impacto negativo nas ações da empresa.

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