POLÊMICA: Centrão exige que vice-presidente na chapa de Bolsonaro não seja militar


Estadão/Política

O comando do Centrão pressiona o presidente Jair Bolsonaro (PL) a substituir o general Walter Braga Netto pela deputada Tereza Cristina (Progressistas-MS) como vice de sua chapa. O movimento se intensificou nos últimos dias, diante da estagnação de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, e tem potencial para provocar uma guinada na campanha pela reeleição. 

As articulações são para montar uma chapa Centrão “puro sangue”, esvaziando o poder militar.

A mudança é avaliada para atrair o voto feminino, segmento no qual Bolsonaro enfrenta forte rejeição, e, de quebra, ampliar a adesão de líderes do agronegócio à campanha, uma vez que Tereza Cristina é ex-ministra da Agricultura e muito ligada ao setor. Atualmente, ela é pré-candidata ao Senado pelo Mato Grosso do Sul. Ainda nesta quarta-feira, 15, Tereza Cristina terá uma conversa com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Pesquisas feitas na semana passada pelo PL, partido do presidente, indicaram que a insatisfação das mulheres com Bolsonaro cresceu. Além disso, eleitores não veem uma marca no governo e a maioria não associa a Bolsonaro o Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família. O programa é identificado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que criou o Bolsa Família. Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social do governo, desembarcou em Brasília e terá agora a missão de fazer a “ponte” entre o comitê e o Palácio do Planalto.

Coordenador da campanha da reeleição, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem insistido com o pai sobre a necessidade de mudar o candidato a vice rapidamente, embora tenha bom relacionamento com Braga Netto. Ao lado de Flávio nessa operação estão o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; o presidente da Câmara, Arthur Lira, ambos do Progressistas, e Costa Neto, que comanda o PL.

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