A bancada do PSOL na Câmara foi nesta terça-feira (16), ao Ministério Público Federal pedir medidas protetivas para Alessandra Munduruku.
A líder indígena teve sua casa invadida dias depois de retornar de Glasgow, onde participava da COP-26. Ela alega que os criminosos roubaram documentos, cartões de memória das câmeras de segurança e 4 000 reais — que ajudariam a custear uma assembleia do povo munduruku.
O ofício protocolado pelos deputados junto à Subprocuradoria-Geral da República solicitou, ainda, que o MPF peça investigação por parte da Polícia Federal sobre o caso.
Segundo relatado na denúncia, Alessandra não estava em casa no momento da invasão. Na véspera do crime, ela afirma que supostos funcionários da companhia de energia local estiveram na residência alegando que precisavam interromper o fornecimento de eletricidade.
Desconfiada, ela tentou confirmar a informação com a companhia, que disse não ter funcionários em campo na região naquele momento. Por esse motivo, a líder deixou sua casa e procurou abrigo junto a amigos.
Essa não é a primeira vez que a casa de Alessandra é saqueada. Em 2019, um grupo de parlamentares alemães chegou a cobrar o governo Bolsonaro que ela recebesse proteção das autoridades após sofrer ameaças de morte e ter sua residência invadida.
Alessandra Munduruku foi a primeira mulher a presidir a Associação Indígena Pariri, que representa mais de dez aldeias do Médio Tapajós.
Em 2019, chegou a discursar para mais de 270 mil pessoas no Portão de Brandenburgo, em Berlim, e recebeu, em 2020, o Prêmio Robert F. Kennedy de Direitos Humanos, um reconhecimento na sua atuação para proteger seu território e defender direitos.
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