PARÁ: Professores estaduais entram em "greve sanitária" a partir do dia (09)


A categoria de trabalhadores em educação da rede estadual do Pará decidiram aprovar uma greve sanitária, após debaterem a retomada das aulas presenciais pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

A SEDUC disse que "continuará com as aulas presenciais, conforme o Plano de Retomada, aprovado à unanimidade pelo Conselho Estadual de Educação (CEE-PA)"

A Secretaria Estadual de Educação também afirmou que a "decisão pelo retorno está em consonância com estudos científicos e dentro dos rígidos parâmetros estabelecidos pelos órgãos de saúde pública, adotando as medidas cabíveis e todos os protocolos de biossegurança".


A secretaria informou ainda, que "as unidades escolares que não estão adequadas para o retorno presencial seguirão com as atividades remotas com o intuito de resguardar a saúde de toda a comunidade escolar paraense".

Em nota, o sindicato da categoria disse que a decisão foi debatida em assembleia geral nesta quarta-feira (04).

NOTA

Os trabalhadores(as) em educação da Rede Estadual de Ensino do Pará, reunidos/as em assembleia geral virtual ocorrida hoje (04), debateram amplamente a proposta de retomada das aulas presenciais chamadas pela Seduc desde o dia 02/08 e aprovaram Greve Sanitária em defesa da vida.

Esse formato de greve permite a manutenção da oferta das aulas remotas, sem a presencialidade, até que se conclua o ciclo de imunização em segunda dose para toda nossa categoria, especialmente pelo risco de uma terceira onda por conta da variante Delta, bem como as condições sanitárias das escolas, e ainda que se avance a vacinação de estudantes.


A realidade das estruturas físicas das escolas estaduais confirma que a maioria delas se encontram precárias, sem condições higiênicas para evitar a proliferação do Coronavírus.

Também foi amplamente debatida a imposição do retorno presencial chamado pela Seduc e constatou-se que as orientações por ela emanadas possuem muitas debilidades pedagógicas, principalmente com relação a forma em que os conteúdos serão abordados, tornando sua continuidade mais lenta, ao compararmos com a forma em que os mesmos vinham sendo trabalhados no primeiro semestre. Tal proposta passa aquém do ensino híbrido desenvolvido pela rede particular. Ao que parece o governo tentou copiar. A fragilidade aumenta principalmente no momento em que estamos nos aproximando do ENEM.

Há uma evidente constatação de que o governo segue ignorando uma diagnose sobre as reais condições de aprendizagem e psicológicas dos estudantes para subsidiar a retomada dos conteúdos pedagógicos na perspectiva do retorno presencial das aulas.

Neste sentido, nossa categoria mais uma vez defende a vida, indicando a manutenção das atividades remotas nos moldes em que foram desenvolvidas no primeiro semestre. Cabendo ao governo garantir de fato estruturas tanto aos estudantes, quanto aos professores, para que as atividades remotas ocorram com mais sucesso e garantindo a inclusão de todos nessas atividades.

Portanto, só retomaremos as atividades presenciais nas escolas, com atividades docentes, após a imunização total dos (as) trabalhadores (as) em educação, considerando um calendário unitário para a Educação Pública no Pará.

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