A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) recomenda aos prefeitos que, além de adotarem regras severas de restrição, avaliem a decretação de lockdown nas cidades. Em nota enviada à imprensa nesta sexta-feira, 12, a entidade afirma que declarações de Bolsonaro “evidenciam a ineficaz coordenação nacional no enfrentamento à pandemia e ratificam a desconexão com a realidade, falta de compromisso com a Constituição Federal e com a vida”.
Diante da escassez de vacinas, a concorrência com a velocidade da propagação do vírus só pode ser feita com medidas que impõem o isolamento social. No posicionamento, a FNP evidencia o fato de que apenas os 106 maiores municípios do país têm mais de 270 mil habitantes (número total de mortos registrado ontem, dia 11); ou seja, entre os 5.464 demais, um ou um grupo deles foram dizimados neste último ano.
Leia na íntegra:
FNP se manifesta pelo aumento das restrições de circulação como forma de enfrentar a pandemia
O Brasil se tornou epicentro mundial da pandemia da COVID-19. Registrou, nessa quinta-feira, 11, mais de 78 mil novos casos e 2.207 mortes. Já são mais de 273 mil vidas perdidas no país. Apenas os 106 maiores municípios do país, dos 5.570, têm mais de 270 mil habitantes. Como forma de evidenciar a dimensão dessa tragédia, seria como se, entre 5.464 cidades, uma ou um grupo delas fossem dizimados neste último ano.
O cenário toma contornos cada vez mais catastróficos com as novas variantes do coronavírus, potencialmente mais contagiosas, de evolução mais agressiva e que circulam sem controle. E com as declarações do presidente da República que, mais uma vez em sua transmissão de vídeo semanal, criticou as medidas de segurança sanitária adotadas por prefeitos e governadores. Suas falas evidenciam a ineficaz coordenação nacional no enfrentamento à pandemia e ratificam a desconexão com a realidade, falta de compromisso com a Constituição Federal e com a vida. Situações que colocam o Brasil como foco de atenção e apreensão internacional.
Atenta a isso, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) recomenda aos governantes locais que adotem medidas importantes de restrição da circulação e de isolamento social, de uso obrigatório de máscara e que avaliem a decretação de lockdown. Reafirma, também, que é necessário respeitar a heterogeneidade, tanto dos municípios brasileiros quanto do avanço da pandemia em cada território, mas reforça que o momento exige posições firmes para proteger a vida.
Embora sejam notáveis os esforços de prefeitas e prefeitos pela imunização em massa, o que há no Brasil, junto com os números assombrosos, infelizmente, é a escassez de vacina, cuja responsabilidade de aquisição é do Governo Federal. Então, nesse momento em que velocidade de propagação do vírus é maior do que a capacidade de acolher pacientes, a comunidade científica reforça as medidas que impõem o isolamento social e os governantes locais precisam estar atentos a isso.
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